Startup quer entregar encomendas pelo espaço para aproveitar avanço da corrida aeroespacial

A californiana Inversion, startup co-fundada pelo jovem Justin Fiaschetti, de 23 anos, vem desenvolvendo seu negócio justamente nesse nicho, querendo entregar encomendas pelo espaço.

Quando a Amazon revolucionou o setor de e-commerce – não só com suas ofertas e disponibilidade de produtos, mas também com a qualidade de entregas -, poucos na época imaginavam aplicar o mesmo conceito, só que fora da Terra.

Segundo entrevista concedida pela empresa ao New York Times, a ideia da Inversion é ao mesmo tempo simples e engenhosa: aproveitar o crescimento da corrida aeroespacial para o setor privado e suprir um setor que, tecnicamente, ainda nem existe – entregas de encomendas de e para vários pontos da Terra, usando pequenas cápsulas de capacidade orbital de voo e que podem, teoricamente, desenvolver um movimento de descida em queda livre de até 25 vezes acima da velocidade do som (Mach 25, ou absurdos 30.626,10 km/h).

Por ora, os testes primários ainda não envolvem nenhum lançamento ao espaço, mas sim pequenos planadores saídos de uma pista de pouso alugada pela empresa perto das montanhas de Santa Ana, em Orange County, Califórnia.

Nela, a Inversion vem avaliando a capacidade de pouso das encomendas sem “precisar” do espaço – as cápsulas, que tem um formato muito parecido com o de um disco voador, descerão de paraquedas, desacelerando um lançamento orbital e, em tese, estabilizando a encomenda – convenhamos, imagine encomendar porcelanas chinesas e tê-las entregues em cacos no Brasil por causa do atrito atmosférico e óbvia turbulência que o acompanha.

O objetivo final é padronizar uma cápsula maior, não mais que 1,2 metro (m), capaz de armazenar encomendas pequenas.

A cápsula em si tem 20 polegadas – pouco mais de 50 centímetros (cm) – de diâmetro, comparável às caixas de papelão usadas pelos nossos Correios (a maior não passa de 100 cm, segundo o site do órgão).